O papel e a visão do líder no chão de fábrica são fundamentais para aproveitar oportunidades
O grande desafio de qualquer organização industrial é como manter a qualidade, produtividade e baixo custo, pois estes fatores são sinônimos de competitividade para o setor. Porém para se alcançar êxito nesta difícil questão, precisamos do engajamento dos colaboradores e o papel do líder de chão de fábrica é fundamental, pois, é através dele que podemos envolver os colaboradores no no processo de melhoria contínua.
Neste sentido há necessidade de líderes, e não apenas meros “gerentes de pessoas” com apenas conhecimento técnico e conceitual. Precisamos desenvolver líderes com competências, capazes de desenvolver pessoas e engajá-las no processo de melhoria contínua.
Para tanto é necessário quebrar antigos paradigmas históricos herdados de uma administração clássica, onde os colaboradores eram vistos apenas como parte da engrenagem. Hoje alcançamos os objetivos da qualidade e produtividade através dos colaboradores. A alta administração elabora em o planejamento estratégico, os departamentos o plano tático, mas são os líderes do chão de fábrica que executam os planos de ação, no nível operacional, através dos colaboradores, ignorar isso na atual conjuntura é sinônimo de perda de competitividade.
Comportamentos do líder de chão de fábrica
O líder deve evitar erros que foram bases para crítica da antiga administração clássica, mas que até hoje são cometidos por vários líderes no chão de fábrica, e que acabam contribuindo para perda de qualidade e produtividade:
1. Obsessão pelo comando (poder):
O líder deve entender que uma liderança autocrática, pode até gerar resultados significativos no curto prazo, porém a médio e longo prazo seus efeitos são prejudiciais a qualquer organização industrial, são eles: fadiga, angustia, medo, insegurança, rotatividade, absenteísmo e outros males que acabam por afetar a qualidade e produtividade, aumentando assim os custos da produção.
A liderança situacional nos demonstra que o líder deve adaptar seu comportamento a cada nível de maturidade das pessoas sob seu comando: ser flexível, adaptando seu comportamento e atitude à situação. No chão de fábrica temos operários com maturidades diversas – entendendo maturidade como de trabalho (saber fazer: capacidade, conhecimento e habilidade) e psicológica (querer fazer: motivação, atitude e disposição) – e cabe ao líder adaptar seu estilo de liderança para desenvolver cada um deles.
Adotar um único estilo pode ser prejudicial ao desenvolvimento da equipe e aos objetivos organizacionais.
2. Enxergar a fábrica como sistema fechado:
O líder para atuar com sucesso no chão de fábrica é necessário que ele enxergue seu trabalho sob um outro aspecto. Mesmo atuando em nível operacional os supervisores e demais líderes devem ter em mente que a organização industrial está inserida num ambiente maior – externo – que pode influenciar negativamente ou positivamente a performance de sua fábrica. Um ambiente composto de diversas variáveis – Política, Social, Econômica, Fornecedores, Concorrência, Meio Ambiente. Ambiente, entre outras – pode proporcionar à organização industrial diversas oportunidades e ameaças.
Para minimizar as ameaças e aproveitar as oportunidades do ambiente externo, ou macro-ambiente, internamente devemos eliminar nossos pontos fracos e num processo de melhoria contínua fortalecer ainda mais nossos pontos fortes. Neste aspecto o papel e a visão do líder no chão de fábrica são fundamentais, pois é ele quem, na prática pode contribuir para melhoria contínua através do engajamento de seus operários. Um grande exemplo disso foi no período da Crise Global, onde um dos maiores efeitos desta variável econômica foi sentido na indústria. Muitos líderes sabiam que os operários estavam inseguros, com medo de uma possível demissão o que podia afetar a produtividade e, portanto tiveram que adaptar seus estilos para amenizar a situação.
É necessário que o líder entenda que, mesmo atuando no nível operacional, ele está contribuindo para o alcance dos objetivos estratégicos da indústria, atuando como maestro da melhoria contínua junto a sua equipe no chão de fábrica.
3. Manipulação dos trabalhadores
O líder no chão de fábrica precisa entender o que motiva seus operários, pois a motivação é o combustível da produtividade. Para tanto é necessário que ele conheça seus operários e compreender que as pessoas não buscam apenas dinheiro ou incentivos materiais, mas um bom clima de trabalho, valorização, respeito e apoio são essenciais para a motivação e engajamento de uma equipe.